Talvez todo meu mecanismo de estar mal não passe de uma forma torta de chamar a atenção de algumas pessoas e me machuca perceber que cheguei nesse ponto, como se eu tivesse dado um passo para trás. O mecanismo não é diferente do anterior, mas da mesma forma eu preocupo algumas pessoas e talvez assim, de um jeito equivocado, eu acredito que estão olhando para mim, que estou tendo atenção. A Sandra sempre me disse que ninguém fica muito tempo em uma situação se ela não traz benefícios, acho que afinal eu tinha alguns, mas não é preciso ser muito esperta para sacar que olhares de preocupação extrema não medem a importância que temos para os outros.
Eu estou lendo Sidarta, do Hermann Hesse, e no livro, ele passa por um monte de coisas supostamente erradas, ele comete falhas absurdas e chega num nível extremo de fazer coisas que ele sempre considerou ruim. Às vezes parece que a gente precisa pegar exatamente o caminho inverso que sempre acreditou, só para ter conhecimento pleno do que não se deve mais fazer, ou pela certeza de que o caminho antes escolhido é mesmo o melhor para si ou ainda que um novo caminho virá.
Eu fiquei dez dias sem pintar minhas unhas, hoje eu passei um esmalte chamado "passeio". Acho que é um pouco do que deve ser a vida, né?
Minha mão e minha calça de vovó super quentinha :)
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