Queria escrever algo brilhante, que mude o mundo, mas palavras são só elas e no fim perdem o efeito sozinhas. Tentam ser humanas e ficam individuais. Achando que mudar vale muito por si só e esquece que sozinha, “mudar” é como o “nada”, que pensa que é alguma coisa na boca dos poetas que divagam sobre ele.
“Tudo” é a mais pretensiosa porque acredita que com suas quatro letras pode mais que qualquer uma. Ela não pode, porque a “regra” fica azucrinando e podando “tudo”.
Com tanta vaidade a “regra” acaba sendo subjugada pela “exceção”, que vive pulando por aí, achando que é especial só porque consegue fugir da “regra”, mas ela é só mais uma.
Tem a “morte” que é pomposa só porque tem o destino de todos e a “vida” que pensa ter o poder da criação, que a “ciência” faz questão de discordar.
A “fé” e “deus” são melhores amigos, eles acham que não precisam provar nada para ser, ambos tem o mesmo senso de humor, deve ser por isso a amizade duradoura.
Palavras que morrem na tinta que acaba, na borracha que apaga, na ponta quebrada do lápis e na falta de idéias de quem escreve. Elas que não são por si até alguém escrever, falar ou cantar.
Nada mais que um bando de excêntricas que insistem em ter vida própria. Elas, as palavras, que fizeram isso.
Culpadas.