27 de fevereiro de 2009

Tenha dó*

Não me fale de nós dois, não preciso mais saber...

Eu tento não pensar e ignorar, mas não consigo. Cheguei a conclusão que posso aceitar, mas não consigo conviver. Não dá. Meus limites são outros. Eu posso deixar tudo pra trás e construir um castelo novo com você, mas não vou reformar o antigo. Ele já durou o tempo necessário.

Meu amor, não sou tão só assim...

Eu gosto de ser sozinha, mas não quero ficar assim. Por opção quero companhia, então já que você não me quer, não me prenda. Não faça do amor que eu sinto minha prisão. Por muito tempo meu amor foi minha felicidade, mas agora ele é minha tristeza. É por conta dele que sofro, é por culpa dele que choro e é por ter tido esse amor, que eu sinto que não posso mais viver sem ele. É torturante, mas um dia vai passar, vai sim.


E finalmente quando a superação vier e o mundo mudar, você me diz:

Que me ama, que sem mim você não vive

Que foi apenas um deslize, que você preza pelo meu amor...

Mas sabe...

Tempo voa e quando vê já foi...

E perdemos por medo de errar.

*Inspirado na música Tenha Dó, Los Hermanos

20 de fevereiro de 2009

the past

Sinto que estou esquecendo, que estou perdendo o que tinha.

Não queria superar, não queria deixar para trás, não queria que fosse apenas passado, não queria esse baú de lembranças tão pesado de carregar.

Mas não vejo mais o futuro, porque alguma coisa se perdeu no meio de tudo. Não sei se a confiança, se a lealdade ou se o amor.

No lugar disso só um vazio deixado pela ausência de tudo o que já senti.

12 de fevereiro de 2009

resposta

Não tem vidro e nem chuva batendo nele porque já quebrou.

Você não vai saber onde meus passos me levam porque reciprocidade é tudo.

Mas não se preocupe, você nunca será apenas mais um. Você será quem eu amei e quem mais me magoou.

Essas palavras NÃO são fictícias.

7 de fevereiro de 2009

[m]e

Depois de tanto tempo a primeira pessoa do singular ficou meio de lado, isso nunca devia ter acontecido. O pior é que agora tenho que me acostumar comigo mesma, me desconheço sozinha. Me perco com sentimentos que nunca tive, com pensamentos malucos. Não sei mais o que fazer pra me entreter, não sei mais me agradar.


Quando eu supero algo, logo vem outra coisa que parece que vai me derrubar e, muitas vezes, eu caio mesmo. Cada vez que percebo que estou sozinha eu preciso fazer um exercício que exige concentração em quem eu sou, porque eu não me encontro no meio desse turbilhão de coisas, fico tateando até me achar e me equilibrar, mas às vezes demora e só me machuco mais. Sinto que minhas feridas estão cicatrizando, mas ainda doem. Não consigo ainda ignorá-las por completo, mas tenho conseguido lidar com elas, tenho aprendido muito. Já me sinto mais forte.


Preciso me acostumar com minha nova realidade, “nós” que durou por tanto tempo, não existe mais. Não tem mais o que nós vamos fazer, o que nós queremos e para onde nós vamos. É só o que eu vou fazer, o que eu quero e para eu onde vou. Eu, eu e eu.

“Nós” é passado e o futuro sou eu.




Talvez eu tenha chegado atrasado para o que ela disse ser o todo. Mas prefiro acreditar que cheguei em tempo para fazê-la crer que o futuro era incerto, mas não proibido.

* De um amigo



1 de fevereiro de 2009

maybe

Eu nunca achei que fosse sofrer de amor, mas agora estou assim, ridícula, sofrendo. É como uma dor no peito que de tão forte gera um choro incontrolável, que parece sem fim. É estranho como adequamos nossa felicidade a uma outra pessoa e talvez isso seja um pouco absurdo também.


Queria ser auto-suficiente e não sentir sua falta, não precisar de você. No momento não consigo definir o que é pior, se sua ausência ou sua presença me lembrando que você não me quer mais, que nosso amor no final acabou ou se transformou numa amizade, ou qualquer outra coisa que não é o suficiente pra mim.


Eu não tenho mais vergonha de admitir que fui posta de lado como um travesseiro velho, ainda macio, mas não tão gostoso como um novinho em folha. Porque é assim que eu sinto. Não necessariamente uma troca, embora eu não saiba se houve, mas um abandono com certeza houve, um “não te quero mais”, com certeza.


Eu escrevo isso para você, porque quando você ler, talvez eu já não queira mais só sua amizade, talvez eu perceba que estou me torturando, talvez eu tenha me cansado de sofrer e talvez eu tenha cansado de tentar mudar para ser perfeita para você. A perfeição de peças usadas é uma coisa rara, geralmente o uso causa desgaste e deformação e a peça começa a ser caracteriza pelas imperfeições que ganhou no decorrer do tempo.


Me sinto como o cobertor velho do Linus, que dá conforto, mas na real não tem mais a utilidade de um cobertor, na verdade é só um trapinho. Só um apoio, um velho hábito, que mais cedo ou mais tarde deve desaparecer.