31 de janeiro de 2014

Monstros marinhos

Em todos os médicos que eu vou, escuto a mesma coisa "Camila, você tem que ser mais calma, diminuir a ansiedade" e sabe, tô aqui pensando em como fazer isso, mas francamente ainda não descobri, se alguém souber, me conte.

Por exemplo, esta noite eu dormi pouco e tive pesadelo, eu estava cercada de monstros marinhos, mas eu não estava no mar, estava na minha cama mesmo e eles também, até agora não entendi como os monstros estavam lá, vivos e me botando medo, mas estavam.

Eu acordei e fiquei tentando entender porque diabos sonhei com isso, eu não vi nada sobre o mar, não vi nada que possa usar como desculpa pela associação. 

Os monstros marinhos são criaturas lendárias e antigas, talvez como os medos, os meus e os seus, são medos que muitas vezes nem têm motivos para existir, mas eles ficam lá aparecendo de tempo em tempo e povoam o pensamento de quem tá cercado de certa ignorância por não saber que monstros marinhos não existem, da mesma forma que muitas vezes temos medos de algo que não temos motivos, que não se fundamenta, o medo é meio que um monstro marinho.

Embora o oceano seja imenso e sei lá quantos por cento inexplorado, eu não faço muita questão de saber se os monstros marinhos existem, mas prefiro acreditar que não. Acho que já saberíamos da existência deles pelo simples motivo de que um monstro nos atacaria se pudesse. 

A diferença dos monstros marinhos e do medo, é que o segundo te ataca, mesmo que você não acredite nele e te acompanha em qualquer lugar que esteja, o seu medo também é você.



All around the World, Enkel Dika




28 de janeiro de 2014

O amor nos tempos da gastrite

Eu acho que minha homeopata tem superpoderes, sei lá, ela é meio guru, meio psicóloga, meio vidente e meio assustadora.

Eu cheguei pronta para falar pra ela sobre dois problemas: gastrite e uma ansiedade maluca que vem tomando conta de mim. O diálogo foi mais ou menos assim:

- Então, eu tô com gastrite e ando muito ansiosa.
- Aconteceu algo diferente nesse último período que você não veio aqui?
- Ah, nada, acho que nada. Mas sabe, eu estava tão bem, tão equilibrada, daí eu ando pirando, e eu nem lembrava mais como era ficar apaixonada, tá tudo tão bagunçado, daí vem essa gastrite e eu não posso mais tomar café! Não posso nem tomar mais café para me acalmar, eu tô meio zureta, preciso de algo para controlar isso e no trabalho eu tenho sempre sono e não posso tomar café! Sei lá, acho que tudo isso é porque não posso mais tomar café, daí fico nervosa.
- Café não acalma, Camila. E você tá apaixonada?
- Ah, é, tô sim!
- E isso faz quanto tempo?
- Hum... uns dois meses.
- E foi nesse período que você teve a gastrite então?

Nesse momento, a minha reação foi:



- Camila, você precisa se acalmar, tem que deixar as coisas fluírem, curtir mais. Ta bacana com esse rapaz?
- Tá sim, tá bem legal, eu gosto dele, mas... nossa, gastrite por ficar apaixonada, que horror, não acredito.
- Para, não se cobre tanto, mas tente relaxar.
- Você pode me passar um remédio pra isso?
- Não, você tem que fazer isso sozinha.
- Mas eu tô apaixonada, com gastrite e não posso tomar café, é impossível eu relaxar.
- Você vai ter que achar um jeito de conseguir, e mais uma vez, café não acalma!
- Mas eu me sinto melhor com café.
- Mas você não pode tomar.

Aqui eu fiz uma cara de cu pra ela e fiquei igual criança emburrada na cadeira.

- Eu vou te passar algo para a gastrite, de resto você tá indo bem, continua com o que você tá tomando e aproveita que você tá feliz. Você tá feliz, não tá?
- Tô sim, mas...
- Não, Camila, apenas está, não tem "mas"

Aqui eu fiz outra cara de cu.

- Tá, eu tô feliz ¬¬
- Ótimo, você vai se sair bem e fiquei feliz que você está apaixonada, sentimentos fortes desequilibram e isso é bom, seria muito chato se não fossem assim, aproveite esse "caos de felicidade" e não surte, senão você terá úlcera! RISOS

¬¬

Aula de hoje: amor não mata, mas pode dar gastrite.

26 de janeiro de 2014

A saudade é um hipopótamozinho

Eu sofro por antecipação, antes de chegar o que de fato vai me fazer sofrer, eu já tô sofrendo. Não é legal, óbvio que não, já que perco tempo sofrendo por algo que nem rolou, eu sofro duas vezes pela mesma coisa, às vezes três. Tem vezes que nem era preciso sofrer, mas eu antecipo tudo e sofro.

Quando eu nasci, passei na fila da antecipação umas 3x, acho que foi isso, daí perdi a fila da tranquilidade e fiquei assim.

Eu sofro por antecipação, sofro inclusive por antecipação da saudade que devo sentir. Saudade já é ruim, quando antecipada então, parece que têm 5 bebês hipopótamozinhos correndo no seu peito. 

Pensando bem, a saudade parece um hipopótamozinho, é lindo quando pequeno, mas se você tiver um em casa, ele vai crescer, bagunçar tudo e te esmagar. Igual a saudade, que é bonita nos livros, nos poemas e nos filmes, mas se tá com você, ela te esmaga um pouco o peito e bagunça seus pensamentos.

Claro que um hipopótamo adulto pode te matar, já a saudade não, mas se eu tivesse um hipopótamozinho comigo pelo menos apertaria ele, né?

Olha que bonitinho! Se eu tivesse um, chamaria ele de Saudade >.<




23 de janeiro de 2014

Beijinho no ombro

Todo mundo é meio sádico e meio masoquista, alguns com tendências mais definidas para um dos lados, mas a coisa muda dependendo da situação.

Eu pendo mais para masoquista, mas por exemplo, no meu momento sádico eu acho o máximo alguém que eu quis e hoje não quero mais, me querer, acho ótimo a pessoa perceber que sou hoje tudo o que ela precisa, mas "ops, não vai mais ter". Eu sei, pode parecer mesquinharia, mas valorizo meu sofrimento e sempre que posso, curto uma restituição.

Fico satisfeita que quem me fez sofrer, sofra também. Sei que esse pensamento não é lá muito coisa de gente evoluída, mas nem tudo na vida foi feito com a evolução.

A você que me fez sofrer, desejo que sofra por igual ou que pelo menos pise descalço num Lego, no demais, beijinho no ombro pro recalque passar longe :*

22 de janeiro de 2014

Nada

Da série "diálogos imaginários"


- O que você tem?
- Nada.
- Te conheço, você não disfarça, que foi?
- Eu não quero falar.
- Foi algo que eu fiz?
- Eu não quero falar.
- Caralho, o que eu fiz dessa vez?
- Nada... justamente isso, você não fez nada.





Lembrei disso.

21 de janeiro de 2014

You can't always get what you want

Certas coisas eu tento, tento, tento, mas não consigo fingir que não vi, fingir que não foi comigo ou que não me afeta. Não adianta, eu sou do tipo gente pequena que se preocupa com detalhes, que é capaz de esquecer tudo o que tá bacana por conta de um detalhezinho, sobretudo se o detalhe me coloca em situação de questionamento.

Eu pego aquele probleminha e fico agarrada nele, acordo pensando, durmo pensando e fica assim, até o momento que eu jogo tudo em cima do outro e resolvo. Ou não.

Eu sou a pessoa que esquece que ouviu um "eu te amo" se quem disse isso, não provar que me ama mesmo, porque falar, ora por favor, tem gente que fala que ama, gosta e o escambau como quem troca de cueca, mas provar, mostrar, é outra coisa.

Claro que a percepção do sentimento pelo outro costuma dar indícios se existe ou não o amor, mas são as atitudes que provam, que solidificam, porque gostar no vazio e na comodidade do imutável é fácil, é tranquilo gostar sem arriscar, gostar sem mostrar, porque qualquer merda que dê, o risco e o erro ficam guardados só para você. É seguro gostar sozinho, eu sei bem disso, já fiz esse caminho.

E não, não acho que gostar de alguém seja algo que carece de discrição, a não ser que alguma das partes tenha um motivo específico para isso, do contrário, eu só acho covardia mesmo ou, no pior dos casos, falta de amor.

Tomei muita chuva hoje voltando para casa, tô sentindo algo estranho, tenho a sensação de desconexão, acho que até o texto reflete isso, como que um desencaixe de alguma peça aqui dentro, uma peça que tá solta e que logo mais vai bater em outras, que vai dar merda.

Na verdade eu acho que sempre rola merda comigo porque eu sou detalhista e minha memória me fode em níveis de sabotagem gigantescos. Ela é boa, sabe? A minha memória, traz coisas lá atrás, eu crio um processo analítico com base em todas as informações compiladas ao longo do tempo e concluo que eu vou me foder. É assim, eu junto as peças, analiso, revejo aquele momento que passou meio torto, que eu engoli meio a seco, e eu sei, eu sei que por conta daquilo ali eu vou me foder.

Falam que ignorância é felicidade, pois se juntar à ignorância uma boa falta de memória, acho que a pessoa explode de felicidade num mundo cheio de arco-íris, unicórnios e pandas.

Hoje é terça-feira, é o dia em que eu fazia terapia, por três anos, todas terças-feiras, eu desci a rua bonitinha com velhinhos e seus cachorros, passei pela casa com cheiro de pinho e esperei pela Sandra, e contei muito de mim para ela e aprendi coisas chatas sobre mim. Nesses quase três anos eu sofri muito por entender meus mecanismos, por ver sem máscaras como eu sou.

E hoje, especificamente hoje, eu queria muito poder falar com ela, queria mesmo. Mas não se pode ter tudo. Então vem cá, me dá a mão e vamos cantar o mantra com o Mick.

You can't always get what you want
But if you try sometimes
You just might find you get what you need.







20 de janeiro de 2014

Mimimi e um bote

Neste final de semana eu fiz rafting.

Eu, que não sei nadar, fiz rafting.

E sabe o mais incrível? Mesmo eu resmungando quando o bote virou, engolindo água e achando que fosse morrer [drama queen], mesmo com a perna roxa de algo que não sei o que foi, mesmo com as minhas coxas que agora estão bicolores, porque o sol queimou pela metade, mesmo com todo medo que senti, mesmo com um incidente meio chato no meio do dia, mesmo tendo que tomar banho no vestiário feminino sem porta, mesmo eu estando imprestável agora com dores em lugares do meu corpo que nem sabia que poderiam doer, mesmo com tudo isso, foi muito legal, MUITO MESMO :D

Sei lá, eu ainda tô aqui pensando "pera, foi verdade? eu que não sei nadar, que tenho medo de tanta coisa, que sou cagona, que sempre resmungo de tudo, é isso mesmo? eu fiz rafting? eu desci um rio de bote e O BOTE VIROU COMIGO NA ÁGUA E EU NÃO MORRI? NÃO TÔ TRAUMATIZADA E PENSANDO EM FAZER MAIS 3 ANOS DE TERAPIA POR ME SENTIR INAPTA? SÉRIO? FOI ISSO MESMO?"

É bobeira, né? E sei, nem deve ser nada espetacular para muitas pessoas, mas eu tô feliz pelo item implícito no meio disso, tô contente por ter ido, por ter gostado, por ter me permitido, mesmo sabendo que poderia pagar mico, mas afinal, acho que mico maior é deixar de fazer algo por receio de ser ridícula, né?

Tô mimimi pra caralho, né? Paciência :)) 

13 de janeiro de 2014

Rascunhos

Eu tenho dois grandes textos escritos, escrevi numa tentativa de não deixar as palavras vazarem pela fala num momento que não se deve, porque eu costumo dizer as coisas em momentos que não se devem.

Eu tenho dois grandes textos escritos, eles me olham lá da sessão de rascunho, todo dia eu penso em publicar, todo dia eu penso em apagar, não faço nem uma coisa e nem outra, o motivo é um só: medo.

Medo de mostrar um pouco mais do que sou.
Medo de apagar um pouco mais do que sou.



*Voltei para fazer um P.S. aqui, porque me deparei com esse trecho do livro Where the Wild Things Are, do Maurice Sendak e achei pertinente.


Inside all of us is... hope.
Inside all of us is... fear.
Inside all of us is... adventure.
Inside all of us is a wild thing.

roarrrr

9 de janeiro de 2014

A mudança e você mudando

Lembro de uma vez, na terapia,que eu falei que estava cansada de ser como eu era, que eu não gostava, que tinha me transformado em muito do que nunca quis ser, mas que não sabia como mudar. 

Em algum momento eu perguntei para minha terapeuta:
- Como eu mudo? Não sei como colocar a mudança em prática.
Ela me respondeu:
- Não existe isso, só existe a mudança e você mudando.

"Só existe a mudança e você mudando. Só existe a mudança e você mudando. Só existe a mudança e você mudando. Só existe a mudança e você mudando."

Repeti isso um monte de vezes mentalmente, porque de verdade eu não tinha entendido o conceito, mas hoje eu entendi, depois de algum tempo, entendi.

Mudar requer apenas mudar, parece óbvio, mas eu não vi assim, é apenas fazer diferente do que é feito, não tem grande segredo, não tem um método, basta mudar. É difícil, claro, mas é o único jeito.

Esses dias uma pessoa falou de mim mais ou menos assim "ah, sei lá, se te chamo pra qualquer coisa você topa, parece que não tem muito tempo ruim com você, não tem muita frescura, não tem mimimi" por um segundo eu achei que fosse piada, que ele estava falando isso tirando sarro da minha cara, porque eu NUNCA EM ABSOLUTO fui assim, mas eu queria ser assim, eu queria ser uma pessoa mais solta, mais leve, sem mimimi, não queria mais ser a pessoa azeda que me acostumei a ser, eu não queria mais ser "eu" daquela forma.

E eu perguntei "você tá falando sério? você acha mesmo isso de mim?" e a resposta foi que não, não era piada o que ele disse, ele realmente me vê assim, pelo menos foi o que falou e o que eu escolhi acreditar.

Então é isso, só existe a mudança e você mudando. E eu acho que mudei sim, e tô feliz por isso, porque eu sinto isso e, ao contrário de antes, eu nem preciso mais me esforçar tanto para ser como sou, eu já nem percebo que mudei.

Isso é bom, sabe? :)

[Tô cantando mentalmente a música do Rocky, porque sou dessas, superação, manja?]




6 de janeiro de 2014

Imatura pra caralho

O problema em se mostrar demais é a sensação de fraqueza posterior, porque quando você dá muito a cara a tapa, mas não recebe o mesmo, o sentimento que fica é o de que você deu ouro para ladrão, deu munição para a quem está na linha de tiro, ainda mais quando, inevitavelmente, o alvo pode ser você.

É uma falha no "mostra o seu que eu mostro o meu" porque você mostra mais, mesmo que isso não tenha sido pedido da outra parte. Mostrar algo de si que não é muito bacana requer coragem, mas posteriormente só dá medo mesmo, é uma merda.

Bela bosta ter coragem uma hora para depois ficar com medo, né? Serve pra porra nenhuma. Acho. De toda forma eu sigo nessa lenga, eu mostro, fico com raiva por ter feito, penso que não farei mais e sem que perceba, mostro de novo, do nada.

Abro todo o leque dos meus defeitos, mostro tudo o que preferia não ser, as fraquezas, as inseguranças, tudo isso porque eu tenho esse defeito de não silenciar, de não saber apenas sorrir, guardar tudo dentro de mim, tudo isso porque eu sou assim, eu deixo as coisas vazarem. Se eu fosse música iria me foder muito mais, imagine, gravo o disco e vazo ele sozinha? Pelo menos acho que teria sucesso, né? Enfim.

Talvez no fundo tudo isso seja uma defesa, afinal, quem mostra os defeitos logo de cara, justifica que posteriormente não serão aceitas cobranças, já que a pessoa foi explícita acerca de si mesma para o outro e, se o outro mesmo assim entrou, ele está ciente. 

Cada vez mais eu acredito que a linha que divide a maturidade e a imaturidade é apenas saber fingir melhor ou não. No caso, sou imatura. Pra caralho.

4 de janeiro de 2014

Uma história matinal

Era de manhã, a segunda noite que dormia mal, e o segundo sábado consecutivo que acordava estranha. Desistiu de tentar dormir e resolveu que queria escrever, mas não um texto em primeira pessoa como seus tantos, queria uma narrativa, queria fingir que não era ela.

Acordou achando que o "eu" era sempre meio egoísta e não bastando tinha o agravante de que ela sempre se achava meio maluca, meio estranha, porque sentia que não podia segurar suas palavras dentro da boca, ou do teclado. Então ser terceira pessoa era um melhor negócio.

Falar de si em uma narrativa sempre dá o direito de dizer que "ora, imagina, não falava de mim, foi só história boba", falar de si em uma narrativa era mais seguro e ela estava cansada de insegurança.

Ficou só de camiseta sentada em frente ao computador, a barrinha da escrita piscando intermitente e ela sem saber o que escrever, na verdade ela sabia exatamente o que escrever, mas não podia, já não era criança e tinha aprendido que é preciso domar os pensamentos, não se pode deixar eles soltos por aí, sabia que transformar pensamentos em palavras nem sempre era boa coisa e ela tinha aprendido isso por tentativa e erro, mais erros na verdade.

Por mais que fosse controladora, se controlar para não ser ela, era bem difícil e tudo o que conseguiu pensar, é que afinal, talvez estivesse dormindo mal porque estava indo dormir outra pessoa, estava indo dormir domada, como as palavras que segurava dentro da cabeça, amarradas, todas as palavras quietinhas num canto do cérebro, todas quietinhas num canto do cérebro esperando ela dormir para serem o que nasceram para ser, palavras, palavras soltas. Mas ela não estava dormindo bem, as palavras estavam cada vez mais irritadas, ainda que estivessem quietas.

Por fim ela desistiu de contar uma história, afinal, ela não conseguiu escrever muito sem dizer nada e as palavras estavam inquietas demais, quase ganhando força, assim, ela achou mais seguro voltar para a cama. Ela e as palavras, mudas.

3 de janeiro de 2014

Babaca

Quando a gente acredita que uma pessoa já deu tudo de si para ser previsível e babaca, ela volta lá de um momento sem pé nem cabeça da sua vida, para fazer validar a forma como você a enxerga hoje: babaca.

O problema em lidar com babacas é que, invariavelmente, isso denota que você também foi ou ainda é babaca, porque acredite, se você tolera babacas, você também deve ser. Não importa que você tolere até mesmo por amor, carinho ou amizade, isso faz de você um babaca por extensão.

Eu gosto verdadeiramente de acreditar que fui babaca, sobretudo porque não quero mais tanta gente babaca gravitacionando por aqui, tô de boa disso.

O que realmente me impressiona em pessoas babacas, é o poder que elas têm de valorização, são umas babacas completas e mesmo assim acreditam piamente que toda e qualquer pessoa as querem por perto.

Não, definitivamente não, as coisas não são assim, babaca.

1 de janeiro de 2014

Surto otimista

Meu ano começou muito bem, divertido, gostoso, tranquilo, delicinha, um ótimo indício do que pode vir, fiquei bem feliz. Até anoitecer e eu pirar, quer dizer, 2014 não tem nem 24 horas e eu já surtei. 

Tem coisa que a gente sabe que é ridícula, mas parece que só entendemos verdadeiramente a proporção quando soltamos por aí, no mundo, em cima de alguém, quando falamos em alto e bom som, daí entendemos o mico, mas já é tarde demais, o monstro da situação cretina já tá solto e sambando na sua cara.

Em minha defesa alego que o surto teve fundamento, mas ainda assim, eu gostaria de ser mais madura, acho que não tão sincera, talvez maturidade seja mentir, omitir. Será? Não sei, não sei mesmo. Mas eu não soube ser madura, não soube disfarçar, não soube deixar pra lá e eu pirei, não bastando, eu chorei. Mas como o ano mal começou, tenho a obrigação moral de ser otimista, afinal, nada melhor que um ano novinho em folha pra gente preencher com coisas malucas e sem sentido.

Então, vou ver o surto pelo viés positivo, porque eu nunca fui tão sincera gratuitamente e tão ridícula com alguém em tão pouco tempo, nunca ousei tanto ser direta, nunca dei minha cara a tapa com tanto desprendimento. Sendo assim, ainda pelo viés otimista, o ano não tem nem 24 horas e já fiz algo diferente e ~cof cof~ inovador.

Forcei no otimismo, né? Paciência, este é o meu desejo para 2014, mais otimismo, mais leveza, mais amor e, se for para pagar mico, que ao menos a gente consiga rir de si mesmo depois.

23h15 do dia 01/01/2014 e tô aqui rindo da minha cara. Já alcancei um objetivo, hein?

Vai, otimismo!

Feliz 2014, gente.