29 de agosto de 2012

Dieta de você

"É complicado porque você não diz o que sente, então o corpo encontra uma forma de falar"

E fala mesmo. Fala pela náusea que venho sentindo tem cinco dias, por exemplo. Isso porque você é como aquela comida gostosa, mas nada saudável. Você é pizza quatro queijos, é batata frita, é sorvete, é chocolate. Você é o vinho barato que, embora seja doce, dá uma puta dor de cabeça. Você tá no topo da pirâmide alimentar, onde tem tudo aquilo que devemos comer com moderação.

De certa forma eu acho que também sou tudo isso para você, sou indigesta, porque a gente nunca se aguenta por muito tempo, afinal, quem consegue comer pizza todo dia não é mesmo? Mas de vez em quando é bom, sai da rotina.

Mas para eu ficar bem, preciso de alface, de arroz integral e filé de frango, ainda que com pimenta. Eu preciso de fruta, preciso de suco e água, mesmo tomando com cara feia. Não se ofenda, te adoro, mas vou te tirar da dieta por uns tempos e de quebra vou correr um pouco para tentar te ver cada vez mais distante. Espero que você faça o mesmo. É preciso ter uma vida mais saudável, sobretudo após os 30, sabe?

23 de agosto de 2012

Aviso da tia

Das características que acho apaixonante, boa memória é uma delas. É fácil se encantar por quem se lembra do que você disse no mês passado, do seu filme favorito, dos seus gostos, do modo que você gosta das coisas e até dos seus defeitos, é delicioso se apaixonar por quem tem boa memória. É delicioso se apaixonar.

Claro que a boa memória pode não significar nada, afinal, a pessoa pode lembrar detalhes simplesmente porque ela é assim e não porque o seu grau de importância causa essas lembranças, é um risco e acontece. Mas acho que é melhor esse risco do que o o corrido com minha tia, ela passou o dia/noite com um cara e umas semanas depois, quando se viram novamente, ele perguntou se a tatuagem dela, feita no ano passado, era nova. 

Ele não era cego, viu?



15 de agosto de 2012

A Banda ist da la la la la la la la


Passa boi, passa boiada, passa o ônibus e o pipoqueiro. 
Passa o filme e eu passo a música que lembra o que passei. 
Passa o sono e passa o moço do passado.
Passa você.
Passa eu à toa.
Passa a banda e eu passo a cantar coisas de amor.

*Versão fofa d'a Banda, em alemão com a lindinha da France Gall

13 de agosto de 2012

Lego

Quando você cresce ouvindo algo sobre si mesma é bem difícil não acreditar no que é dito, sabe? Tenta aí, procure algo que escutava com frequência na infância/adolescência e você vai ver o quanto isso pode repercutir na sua vida atual e na forma como você se vê.

Comigo aconteceu de me chamarem de chata e de azeda, desde minha infância eu escuto isso e acabei acreditando na minha chatice, no meu azedume e no quanto pode ser desagradável para os outros conviverem comigo.

Eu nem estou escrevendo aqui no intuito de ganhar confete, mesmo porque, as poucas pessoas que leem essa joça não convivem de fato comigo, logo suas respectivas opiniões nem seriam muito embasadas. Mas escrevo apenas para desabafar que o caminho para desfazer essa imagem é cansativo e toda vez que eu escuto um "nossa, mas como você é chata!" é como se alguém chutasse uma parte do meu castelo Lego e eu tivesse que reconstruir de novo. 

Ah, e eu sei que não deveria me preocupar com o que pensam de mim e aquela coisa toda, aquele discurso moldado, mas se você consegue não ligar a mínima para o que sua família pensa de você, então aproveito o ensejo para te parabenizar por isso e pedir que me ensine como faz.

7 de agosto de 2012

Corra pelo que vale a pena


Correr é quase uma condição do paulistano, é nato, é visceral, é comum. É a pressa em dormir, para logo acordar, a pressa de chegar, a pressa de sair e existe até a pressa para se divertir. Se a cidade não dorme, porque eu deveria? Viver demanda tempo e por isso a gente corre, é a pressa com a vida. Nelson Rodrigues disse que o brasileiro é um feriado, talvez seja, mas, sem dúvida, o paulistano é um dia útil.

De hoje em diante, quero mais feriados durante a semana e por favor, se é para correr, que seja uma corrida de perder o fôlego e de arquear as pernas. Uma corrida para molhar de suor e não de lágrimas. Uma corrida que deixa o corpo quente e acelera o coração. Se é para correr, que seja por algo bom. 



*Título e foto de Fernando Freitas.

5 de agosto de 2012

Sexo, silêncio e música

O poder da música é algo que verdadeiramente me impressiona, é capaz de emocionar de diversas formas, seja para entristecer, para alegrar, para ficar nostálgica e até para dar tesão.

Minha paixão da vez é o Tom Waits e confesso que desde que comecei a ouvir, estou nutrindo a fantasia de sexo ao som disso:


Há quem diga que quando o silêncio chega, o beijo vem, não posso deixar de imaginar o que aconteceria se o silêncio se fosse com essa música.




"I said, "never", but I'm doing it again
I wanna walk away, start over again"