Ontem, no ônibus a caminho da terapia, eu estava ouvindo Clarice Falcão,
aquela música que ela canta que o coração inventou de sapatear, acho uma graça,
embora eu me identifique mais pelo questionamento da loucura.
Estava lá, pensando na loucura e no que falar para minha psicóloga
daí entrou um homem no ônibus, descabelado, com a roupa meio suja e sentou
ao lado da janela, antes da catraca. Atrás vinha uma senhora, o assento ao lado
dele era o único vago, ela foi até ele, o olhou e não sentou. Ela saiu de perto
e ficou mais longe possível.
Eu fiquei obviamente sem reação e também, não sei qual eu poderia ter.
Mas me senti triste, não quero parecer piegas, mas é desolador ver as pessoas
se evitarem dessa forma. Eu não sou a pessoa mais sociável que existe, mas
achei a cena toda surreal.
No outro ponto entrou uma senhora, deu boa tarde para o motorista, para
o cobrador e deu aquele sorriso bonito de "vózinhas" e sentou ao lado
do homem, mas antes pediu licença e também disse boa tarde. Ele apenas acenou
com a cabeça. A viagem continuou e dois pontos depois a senhora levantou para
descer.
Mas antes ela foi até a catraca, deu uma bala para o cobrador, agradeceu
e disse boa tarde. Deu outra bala para o homem que estava sentado ao lado dela
e finalizou da mesma forma com o motorista. Uma balinha, obrigada e boa tarde.
Ao ver aquilo me senti tão feliz quanto se tivesse ganhado uma balinha
também. Tô brega? Nem ligo, me deu um calorzinho de humanidade ver aquilo, me
fez bem.
Quer uma balinha? Bom dia pra você ^^
Um comentário:
Adorei, que legal :)
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