28 de dezembro de 2011
Chega mais
15 de dezembro de 2011
Nada além
23 de novembro de 2011
Top top top...hu.
20 de novembro de 2011
Stuck in the middle with you
20 de outubro de 2011
You can't
6 de outubro de 2011
10.000 claps
2 de outubro de 2011
soad
29 de setembro de 2011
Chora que passa
19 de setembro de 2011
Dez caralhos
13 de setembro de 2011
A [minha] natureza
6 de setembro de 2011
Estrago sem foco
16 de agosto de 2011
Na parte de dentro
9 de agosto de 2011
ter...ça
11 de julho de 2011
Mea culpa
19 de junho de 2011
Tudo bem com você?
13 de maio de 2011
Da ironia do banho e dos pensamentos que não podem ser escritos na água
7 de abril de 2011
O torto
31 de março de 2011
Soul meets body
Ela sempre se lançava porque gostava da sensação que antecedia a porrada no chão. Não sabia muito bem viver sem cair, viver sem sentir. Porque mesmo ficando um tempo estirada no asfalto, era assim que tinha consciência da condição de estar viva.
Acabou aprendendo como diminuir os riscos, porque tinha medo de tomar uma porrada tão grande que a impedisse de cair. Ela precisava de pequenos saltos, pequenas quedas, porradas rotineiras e assim fez.
Mesmo com as cicatrizes continuou se jogando, não só pela sensação, mas porque acreditava que poderia encontrar uma alma por aí, não a gêmea, mas talvez a que iria se jogar com ela no final ou, quem sabe, uma que a segurasse.
29 de março de 2011
O meu querer
Então por alguns momentos eu fico eufórica achando que não vai dar tempo e me atropelo. Eu penso que meu inglês tá ruim, que preciso estudar mais, que preciso sair do país, mas que antes disso tenho que sair de casa e lembro que preciso fazer outra tatuagem e que preciso de uma bolsa. Aí surto que me sinto carente, mas que nem sempre minha carência tem coerência e penso com calma que quero mesmo é sair de casa. Cíclica, eu sei, meus pensamentos são assim. É mais ou menos dessa forma que as coisas passam na minha cabeça, isso em alguns minutos.
Então eu paro, respiro e percebo que na verdade eu tenho medo de não ser ninguém minimamente importante para os outros. Acho que sou vaidosa o suficiente para dizer que não tenho medo de morrer, mas tenho medo de não ter feito diferença, de ter sido só mais uma. De não ter feito alguém feliz, de não ter mudado algo, além da disposição dos móveis e muitas vezes parece que não há tempo para nada, nem para sorrir sem doer o rosto, nem para ser simples. Eu queria ser simples, ser essas pessoas que tem uma felicidade limpa, sem ressalvas. Dessas pessoas que acordam dispostas de manhã e dormem bem de noite. Eu queria muito.
Querer é o inferno e eu não sei não querer, eu nunca me contento, nunca nada tá sempre bom. Eu nunca tô bem de verdade, sempre tá faltando, sempre tô insatisfeita, sempre pode ser melhor e, com frequência, acho o que tenho pouco, não materialmente falando, mas acho que conheço pouco, que vivi pouco, que me fodi pouco, que fui feliz por pouco tempo. É tudo de menos, é sempre pressa demais. Sempre correndo, mesmo parada na cadeira, corro mentalmente, é uma urgência com tudo, uma necessidade de chegar em algo. É cansativo.
Eu não quero abraçar o mundo, não quero... eu só quero conseguir me abraçar, para saber exatamente como sou e, quem sabe assim, lidar melhor comigo mesma e saber ser a voz interna que me acalma, saber ser auto-suficiente para girar com equilíbrio no meu eixo. É, acho que é isso que eu quero.
25 de março de 2011
Carta aberta aos amigos
1 de março de 2011
sem título mesmo
13 de fevereiro de 2011
caducis
9 de fevereiro de 2011
flying cow
Registro aqui que não sei ficar de boa, deixar ir, ficar vendo a banda passar só para ouvir a música. Lamento, mas não sou assim. Essa não sou eu. Eu preciso saber qual a finalidade, qual o motivo, quais as condições, de onde viemos, para onde vamos e se os deuses eram mesmo astronautas. Não tentem me convencer que nem tudo deve ter motivo, porque tem sim! Nem que seja a finalidade de não levar a nada, isso já é algo, é um motivo.
Eu não gosto das incertezas e do romantismo do impensado. Não gosto e sabe por quê? Porque quando eu tento me aventurar e ir por um caminho de último momento, eu sempre acabo acidentalmente pegando a rota da destruição [a minha, claro]. Como no filme Twister, eu saio sem rumo, achando que vou ter uma grande aventura [há há] e termino de encontro à uma vaca voando e, ao contrário do filme, ela não passa por mim, mas ela cai na minha cabeça.
Quer dizer, quando eu tento ser essa pessoa leve que deixa fluir, tudo sempre colabora para o momento de uma vaca aparecer na minha rota e eu fico lá, atolada, sem saber como sair dali, porque o peso dela é imenso e vamos combinar que ninguém some com uma vaca do nada, né? Ela até aparece do nada, como no filme, mas depois fica lá, mugindo e você sem saber o que fazer com ela.
Antes que pensem "Ih, a Milla tá afim de um cara com ex-namorada [vulgo, vaca] não, não estou. A vaca aqui realmente é metáfora, mas pode servir para quem tem que lidar com uma ex-namorada vaca, claro. No meu caso, as vacas surgiram por um erro de percurso. Meu, é óbvio.
28 de janeiro de 2011
lupino
Ele fugia sem saber direito o motivo. Era como um instinto puro. Mesmo quando prometia fazer o contrário já era tarde demais. Desviara o olhar de um conhecido ou se escondia entre um livro.
Evitava as pessoas. Não acreditava que podia ser alguém agradável. Era sempre meio ríspido e quando seu instinto falhava, acabava sendo constrangedor para todos. Gostava de pensar que estava até fazendo uma boa ação, poupando as pessoas de sua companhia.
A solidão era uma opção, não era timidez como alguns gostavam de chamar. Algumas pessoas tentavam incluí-lo em conversas forçadas e em reuniões, como quem faz um ato de caridade ao convidar o esquisito para seu meio. Ele nunca aceitava esses convites e os poucos que aceitou levou consigo um silêncio que incomodava quem estivesse ao redor.
A mãe disse-lhe um dia que ele era como um lobo fora da matilha. Arredio, recluso, que por vez ou outra até podia ser bonito, mas ninguém nunca confiaria nele, a solidão era sinal do temperamento difícil, típico daqueles que morreriam sozinho.
Quando se dispunha a interagir tornava-se o lobo que sua mãe previra. Na tentativa de ajudar, mostrava os dentes e feria as pessoas, então percebeu que só era possível coexistir quando ele se calava e assim fez.
Para que uma matilha quando se pode ser sozinho? Para que uma sociedade quando você pode ser seu mundo? Foi meio homem, meio lobo. Morreu inteiro e sozinho e não deixou legado de sua existência lupina.
* Hermann Hesse, O lobo da Estepe
Texto originalmente postado em 18/05/2008, aqui