11 de fevereiro de 2014

Sobre ser 'horário político' e como Bukowski não estava tão certo

Eu li um texto da Nina Lemos falando que nós, mulheres, sempre nos justificamos com praticamente qualquer coisa com um "olha, eu não sou louca" e tenho pensado muito nisso, nessa loucura aí que tememos e a qual sempre somos relacionadas.

Infelizmente eu preciso admitir que, pelo menos de minha parte e de muitas mulheres que conheço, a loucura faz sentido e admito isso com muita dificuldade, sobretudo porque eu adoraria ser uma mulher descolada, que não se preocupa muito com as coisas e têm pirações absurdas.

Mas o lance que realmente me confunde é perceber que não encontro isso com tanta frequência nos homens, ou pelo menos não com os que já me relacionei e nem nos meus amigos, eles até podem ter uma piração, mas é contida, não é uma coisa que é externada com a facilidade de um estopim como acontece com as tantas mulheres que conheço.

Eu fico sempre meio mal por isso, inclusive quando estou namorando, porque me sinto doida sozinha, sinto que minha loucura e minhas neuras ganham uma força descomunal e tenho medo de ser vista realmente como louca [ó lá o medo!]

Tem uma frase do Bukowski que ele diz "Algumas pessoas nunca enlouquecem. Que vida de merda elas devem ter!" e sabe, Buk, concordo com você, mas ninguém aguenta gente louca por muito tempo e, a bem da verdade, é preciso lembrar que os loucos costumam morrer sozinhos.

Sei lá, preciso ser menos maluca, mas não sei como. Eu queria simplesmente não pensar em algumas coisas, mas alguns pensamentos parecem horário político, entram no ar você querendo ou não, e acabam te deixando irritado com aquelas ladainhas.

Eu não quero ser um horário político, não quero impor, não quero ser obrigação e chateação de uma ladainha sem fim para convencer alguém de que sou legal, VOTE EM MIM, FICA COMIGO E AFIRMA QUE ME QUER TODA HORA. Não quero isso, é chato e cansativo para qualquer um.

Mas acho que às vezes eu sou meio horário político e, se bobear, sou alguma coisa entre o Éneas e a Havanir, aquela coisa meio maluca que até faz rir, mas que você não vota nem fodendo.

Todo esse desabafo aqui porque eu tive uma noite de pesadelos medonhos e absurdamente sabotadores da minha atual alegria, pesadelos que me deixaram hoje meio estragada e insegura. Porque ser/estar feliz é muito bom, mas dá um medo do caralho. Juro.

Um comentário:

Antônio LaCarne disse...

eu acho que a loucura, de certa forma, faz com que a gente "fique mais perto/próximo da gente". algo estranho, mas que você, jamais deve ficar encucada com isso.

grande abraço querida, e uma semana super inspiradora pra você.