18 de julho de 2013

Formigas, um ferro de passar e uma confissão

Ainda criança tinha alergia à picada de insetos, ficava cheia de bolinhas pelo corpo e naturalmente desenvolvi uma certa raiva deles. Não de todos, eu gostava muito de besouros e borboletas mas as formigas...ah as formigas, eu realmente as odiava.

Levava para escolinha 3 potinhos, daqueles de guardar filme fotográfico, e na hora do recreio, quando ia brincar no parquinho, eu colocava um monte de formigas num potinho e sacudia, sacudia e sacudia, perceberam a raiva, né? Em outro potinho eu colocava os besouros e no outro as borboletinhas. Chegava em casa com os potinhos e cumpria meu ritual.

Soltava os besouros e borboletas pela casa [oi, mãe! valeu pela paciência] ficava ali observando eles, felizona! Sinônimo de diversão um besouro andando pela mão, pelo braço e finalmente voando meio desengonçado. Achava, e ainda acho, bonitinhos, gordinhos, graciosos.

Passada a diversão, vinha o trabalho e a pior parte, além do sacode com as pobres formigas, na lavanderia, eu estendia um pano branco em cima da mesa de passar roupa, ligava o ferro e soltava as formigas, uma a uma. 

Daí ficava lá, olhando a formiguinha na imensidão branca andando, perdida, daí eu queimava a bunda dela e ficava vendo ela rastejando, meio corpo pelo pano branco e pensava que ela nunca mais me picaria de novo e depois finalmente a matava.

Eu tinha me esquecido disso, mas achei num dos meus tantos textos escritos e sabe, hoje não me conformo como pude ser tão cruel. Desculpa, mundo :(

Dá-lhe terapia pra mim. 


Nenhum comentário: