31 de março de 2011

Soul meets body

Naquele momento quando colocou a mão no rosto dele e respiraram cadenciado ela soube que cairia, mas ainda assim se jogou, mesmo sabendo dos riscos da queda. E caiu, conforme esperava.

Ela sempre se lançava porque gostava da sensação que antecedia a porrada no chão. Não sabia muito bem viver sem cair, viver sem sentir. Porque mesmo ficando um tempo estirada no asfalto, era assim que tinha consciência da condição de estar viva.

Acabou aprendendo como diminuir os riscos, porque tinha medo de tomar uma porrada tão grande que a impedisse de cair. Ela precisava de pequenos saltos, pequenas quedas, porradas rotineiras e assim fez.

Mesmo com as cicatrizes continuou se jogando, não só pela sensação, mas porque acreditava que poderia encontrar uma alma por aí, não a gêmea, mas talvez a que iria se jogar com ela no final ou, quem sabe, uma que a segurasse.




And I do believe it's true
That there are roads left in both of our shoes

Um comentário:

• Yuri Kiddo • disse...

pode segurar minha mão.
se não for pra te levantar, terá companhia na queda.


[veio "clame" nos caracteres pra eu digitar hahaha]