16 de setembro de 2010

é só de carne, não tem cimento não...

Sofrer de amor é algo comum, quem não passou por isso, logo passará. Daí como o dia não está sendo muito legal comigo e eu estou meio azeda, lembrei que sofri de amor pela primeira vez quando tinha uns seis/sete anos.

O nome dele era Daniel. Japonês, cabelo lindo, sorriso mais ainda, super inteligente [desde pequena com queda pelos nerds] e eu gostava dele. Eu queria pegar na mão dele e passar o recreio de mãos dadas. Eu não concebia a idéia de pedir ele em namoro, mas acreditava que era questão de tempo para ele tomar a iniciativa, o motivo de eu acreditar nisso?

Bom, sentávamos um do lado do outro, ele sempre me ajudava, era meu par nas atividades e até me dava as suas massinhas que tinham cores de menina. No recreio brincávamos juntos e depois de brincar, ele ficava me balançando no balanço. Ele tomava as minhas dores com o menino mais chato da sala, o Sandro, e no dia que eu o empurrei do trepa-trepa e ele quebrou o braço, o Daniel ficou do meu lado e confirmou para a professora que o Sandro tinha caído sozinho. Eu pensava “O Daniel me ama! Os cabelos dos nossos filhos serão lindos” [criança é babaca, menina criança então... tsc]. Até o fatídico dia: eu no balanço e ele me empurrando.

Ele: - Milla, você conhece a Fulana, né?
Eu: - Hum... conheço [ainda não desconfiando de nada]
Ele: - Queria namorar ela, você pode falar pra ela? [assim, direto]
Eu: - Que? A fulana? [se eu soubesse Maysa com aquela idade, certamente cantaria “Meu mundo caiu”]
Ele: - É, acho ela tão bonita, será que ela quer namorar comigo? Já que você é minha amiga, podia falar com ela, né?
Eu: - [Soco no estômago] Tá... vou ver [e a palavra ecoando “amiga, amiga, amiga”]

Eu não preciso dizer que não falei nada com a menina, né? Ela era a típica garota que os meninos gostam e eu? Bom, eu não era com seis anos e ainda hoje não sou. É verdade, eu sou uma pessoal legal demais para se tornar namorada ou coisa assim. E nem é porque eu tenha genes de garoto, hábitos de garotos, é algo em mim, não sei ao certo o que, porque hoje sou mulherzinha, me arrumo, faço tudo o que a tal menina já fazia com seis anos e bem mais que isso, mas acho que a palavra “amiga” ainda me assombra e eu acabo atraindo isso.

A parte motivadora é que a justiça é feita, às vezes cedo, outras nem tanto. Mas eu fui vingada logo. Alguns dias após o Daniel me contar do amor pela Fulana, nós estávamos fazendo uma prova, imaginem a sala com uns trinta alunos, todos sentados e tensos. O silêncio reinava. A Fulana perfeita tossiu de leve e quando tossiu com mais força, ela peidou [porque soltar pum é eufemismo, né?]. Foi um momento de glória, admito. A sala toda chocada. E eu? Hum, eu gargalhava e pensava “Posso ser só amiga, mas eu não peido em público” Beijos Fulana Perfeita desmoralizada. E o Daniel? Ah, ele me disse que não queria mais namorar com ela, porque não gostava de menina porca.

O acontecimento não mudou muita coisa, porque eu continuei sendo amiga, mas depois fui percebendo que ele me irritava e percebi que o sobrenome dele era horrível, que não ia combinar com o meu e que nossos filhos teriam sobrenomes horrorosos. Assim, pelo bom gosto, eu desisti dele e até hoje tenho resistência com japoneses, peguei trauma, acho.

*Ah sim, eu já quis casar e ter filhos um dia, mas isso passou, assim como o Daniel e outros.

6 comentários:

Renan disse...

Chega a ser tragicômico!

O duro é a menina afim do seu irmão gemêo no pré, se declarar pra vc achando que era o dito.


:(

Janaína Pupo disse...

Que vontade de falar o nome da menina peidorreira!

Ai ai... eu não concordo com certas coisas que você escreveu aí, mas conversaremos aqui em casa :P

Beijos.

Ana disse...

eu também tive paixonite por um Daniel japonês e inteligente do cabelo e sorriso lindos. aí eu percebi que japonês não fazia a minha ahaha

mas essa vingancinha é um final genial pra história =] meninapeidorreiranojenta

Daniela Fernandes Deus disse...

Milla não vale eu quero saber quem é...rsrs

Milla disse...

Hahaha não é prudente falar quem é =P

Janaína Pupo disse...

Só passei pra dizer que te amo
<3