6 de janeiro de 2010

dois

Ele me disse que sabe o exato momento de sorrir para conquistar alguém e o exato momento de ser um grande filho da puta e foder com tudo. Eu também sei, nós sabemos. Chegamos à conclusão de que todo mundo sabe.

Eu sei mentir, sei ser muito falsa. Posso ser extremamente vingativa ou ser sádica e fazer sofrer, por sofrer. Consigo identificar as feridas alheias, sei onde machuca, percebo onde fica a insegurança dos outros. Sei até onde ir para conseguir o que quero.

Eu sei sorrir com candura e sei quando devo baixar a guarda para ser cuidada. Eu sei quando posso ser carinhosa e dar colo. Eu sei quando beijar e qual o limite entre o carinho e sexo.

Eu não sou um amor de pessoa, um anjo, um doce e sempre justa e nem quero que pensem isso de mim, porque essa imagem relega o meu direito de ser, e disso, eu não abro mão. Eu também não sou uma grande filha da puta, uma falsa, cretina e manipuladora. Eu consigo caminhar entre os dois lados e continuar sendo, acima de tudo, verdadeira com quem eu sou.

Você também consegue fazer isso tudo, mas é capaz de não ser hipócrita, admitir a sua verdade e quem realmente é? Consegue se olhar no espelho e ver que essas rasuras são o que o torna singular? Ai que está a nossa diferença. Eu sou malfeita e perfeita. Amarga e doce. Sádica e masoquista. Eu sou o incompleto e me completo. O que me nutre é o que sou e não o que pensam de mim. Eu sou e você?

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