10 de novembro de 2013

Blur e uma oração

Eu sabia que ver o show do Blur seria algo especial, sabia que seria emocionante, eu carrego uma carga emocional muito forte com a banda, são fatores demais, são dores, amores, fases, enfim, muita coisa interligada, muita história.

Eu sabia também que ao escutar "Tender" meu coração possivelmente iria acelerar, mas o que eu não sabia é que eu iria chorar nos primeiros acordes e por toda a música.

A parte que eu não sabia e continuo sem saber, é porque chorei tanto, mas eu chorei. Chorei um choro guardado, chorei desabafo, chorei e de um jeito clichê deixei muita coisa ir embora, foi minha catarse particular, foi minha libertação.

Quando a música acabou e eu ainda estava chorando, um cara na minha frente falou para o outro:

- Caralho, que foda.
- Foda demais, isso não é música, é uma oração.

É isso, não é música, é uma oração, pelo menos pra mim.

Eu estou muito feliz, muito mesmo, tanto que escrevo isso aqui chorando e escutando de novo a minha oração.

Amém.


4 de novembro de 2013

Uma orquídea

Teve um momento da minha vida, acho que há uns 4 anos, que estive bem mal. Terminei a faculdade, terminei um namoro de 8 anos e ganhei uma autoestima capenga e um momento "ok, agora que tô sozinha, que porra eu faço comigo?"

Foi meio isso, eu realmente não sabia o que fazer ali, sozinha. Eu, eu mesma e nenhuma Irene. Fiquei perdida, me achei desinteressante, me julguei mal, enfim, peguei caminho destrutivo, coisa que acho que todo mundo já fez um dia.

Daí eu tive a ideia de tatuar uma orquídea, porque remete à feminilidade e eu queria acreditar que eu era uma mulher bonita, uma mulher interessante, feminina e forte. 

Ontem, quando saí do banho, depois de muito tempo, eu observei a orquídea no meu ombro. Fiquei ali, de frente para o espelho, me observando e sabe o que percebi? Hoje eu finalmente acredito em tudo o que a orquídea remete [pelo menos por hoje].

Ufa.

A tal orquídea