22 de abril de 2012

O meu futebol


Eu sou corintiana, mas não sou uma boa torcedora, eu digo isso sem vergonha. Sou corintiana porque foi o time que escolhi quando criança, sou corintiana porque foi minha aproximação com o futebol, mesmo com um pai santista e um avô italiano, torcedor do Palestra, mas foi isso, deu Corinthians e ficou. Não acompanho com muito fervor, não sofro desmesuradamente pelo o time o que, particularmente, acho triste, mas não nego porque é algo que vem de dentro. Eu sou assim.

Mas eu não ser uma torcedora fervorosa não condiz em nada com minha postura sobre futebol. Eu acho linda a paixão que tantos têm pelos seus times. É dolorido, é sofrimento, é a alegria descabida que explode no grito de "GOL!" e de "CHUPA!". Eu respeito futebol pra caralho, respeito mais que religião, porque é amor quase infundado, é amor incondicional e esse tipo de amor não se contesta, não se menospreza. Eu lamento imensamente pelas pessoas que enxergam no futebol só mais uma forma rasa de alienação. Lamento porque é riqueza demais, tanto de sentimentos, quanto de história, para ser relegada à isso.

Timão perdeu hoje, a Macaca ganhou. Tudo bem, eu acho que mereceu. Continuem falando mal do Corinthians e de tantos outros times que não os seus, é só mais uma parte do futebol que eu admiro. 

18 de abril de 2012

Tirolesa

Segundo o Wikipédia, a tirolesa consiste em um cabo aéreo ancorado entre dois pontos, pelo qual o praticante se desloca. A atividade dá sensação de sobrevoar o terreno que passa por baixo, sem exigir esforço físico.

Então eu fui lá tentar, eu sempre vou, a curiosidade é maior, a vontade fala alto e então eu arrisco. Mas alguma coisa, para variar, saiu errado e agora eu fico tentando identificar em qual momento que o fio escapou. Repasso uns diálogos na esperança de não me julgar louca, lembro de um sorriso, da respiração, não consigo identificar. Daí eu entendo que nunca teve um fio, me agarrei à uma corda invisível, eu fui, mas não tinha outra ponta. Caí, né? Mais uma vez, ora que novidade.

"Essa atividade é praticada em campo aberto e de preferência em cima de um lago. Geralmente, no final do percurso, o aventureiro se solta de seu equipamento e cai na água, acrescentando assim mais adrenalina e emoção."

Bom, de hoje em diante, me chamem de aventureira em busca de emoção, ainda que por engano.

2 de abril de 2012

Chora que não passa

Hoje de manhã eu chorei com a atendente da Caixa Econômica Federal, na frente dela e de mais umas 15 pessoas. Ela me disse para ficar calma, como se fosse possível, depois de eu ter acessado o site do banco, ligado na central de atendimento e obtido a informação de que deveria ir pessoalmente até lá, ela me disse que eu deveria acessar o site ou ligar no atendimento, que ela não poderia ajudar. Looping infinito, manja?. Saí chorando e fui embora. Minha mãe me viu com olhos vermelhos, quis saber o motivo, como não fumo maconha, contei o que houve, ela lamentou não poder ajudar, disse que ficaria tudo bem e eu chorei mais um pouco, mãe, né? Dá esse efeito. Okay.

Então fui na dentista, daí ela me deu anestesia, continuava doendo, deu mais, continuou doendo, e de novo e mesmo assim ainda estava com dor. Têm coisas que não podem ser anestesiadas, é o que parece, é o que aconteceu. E o que eu fiz? Depois de um dia todo cagado, eu chorei. É, eu simplesmente chorei olhando para a dentista e tudo o que eu conseguia falar é que estava cansada de sentir dor, veja bem, CANSADA DE SENTIR DOR. Ela me abraçou e óbvio que eu chorei mais, todo mundo sabe que abraçar uma pessoa chorando é esperar cachoeira, e assim foi. Por fim fui embora, boca dormente, olhos inchados e pedindo desculpa pelo episódio vexatório.

Não bastando, minha mãe me viu de novo com os olhos vermelhos e sem entender me perguntou se eu estava com algum problema e o que eu fiz? Eu chorei, claro, porque controle é algo fora de catálogo. E daí ela insistiu em saber meu problema, mas alguém sabe como explicar para própria mãe que "o problema" na verdade são coisas como:
- uma frustração do caralho por trabalhar igual uma idiota e ainda morar com os próprios pais com plenos 30 anos;
- uma frustração do caralho por estar formada, mas ainda pagando a porra da faculdade, porque não nasci rica e tive que recorrer ao Fies para poder realizar o grande sonho cretino de ser jornalista;
- uma frustração por todos os últimos pseudos-relacionamentos que tive que, salvo um ou dois, só foderam com minha segurança, porque não sei lidar com rejeição velada, sou mais um "olha, você trepa mal, não rola" ou "desculpa, você é chata demais e gorda" ou sei lá, qualquer coisa assim, pois eu lido melhor quando as coisas são claras e com motivos pontuais, o que não acontece, claro.

Para condensar isso tudo, disse apenas que estava cansada de não ter dinheiro e ela disse que ia dar tudo certo. Que venha amanhã, porque hoje, nada certo.