27 de fevereiro de 2012

O sexo de Hegel

Eu gosto de sexo, se você não gosta, bem, isso é um problemão seu. Mas a criatura achar que só porque falo isso abertamente, significa que estou apta a transar com o primeiro ser que aparece, tem uma gigante diferença. Cantadas pé na porta do tipo "oi, quero te comer" não são legais, seria o equivalente a dizer para um homem que apenas o pau dele é lindo, demais, maravilhoso, FIM.

Claro que tenho cá minhas dúvidas que alguns possam até curtir esse tipo de comentário, pois não se atentam que isso é mais uma afronta a um elogio. É falar de uma pequena, ainda que grande, parte da pessoa, nada além. É apreciar uma parte e não o todo. É tratar como uma peça, como algo sem contexto, é não entender o indivíduo como um ser uno, é fazer a dualidade na raça, separando e pontuando. Eu odeio isso, eu não sou destacável, não sou parte, sou toda. Por isso, no sexo, eu gosto da dialética, para enxergar algo bacana é essencial conhecer o conjunto, a totalidade faz diferença.


*Para você que trata as pessoas como bonequinhos Lego, te desejo muito Hegel, seguido de abstinência sexual até os 65 anos.

21 de fevereiro de 2012

Grau de correção


O astigmatismo é uma deficiência visual, causada pelo formato irregular da córnea ou do cristalino formando uma imagem em vários focos que se encontram em eixos diferentes.

A miopia é o distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes desta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem desfocados.

Acho que muito da minha vida se resume bem nisso, deve ser este o motivo de tanto engano, de tanta imagem equivocada, de tanto tropeço.

Quando acho que tem um foco, na verdade são vários, mas todos desencontrados. Quando consigo focar apenas um, ao me aproximar, percebo que enxerguei errado, foi uma ilusão, um borrão do que imaginava ser.

Eu nunca irei ver algumas pessoas sem óculos, para isso é preciso proximidade e sei que simplesmente não chegarei nessa condição, resultado da barreira de quem prefere ver tudo pelas lentes da casualidade, o que eu entendo, é claro, afinal eu as usei por um bom tempo também. Mas agora eu sinto que preciso ver as coisas de outras maneiras, talvez o meu grau tenha aumentado, quem sabe?

De toda forma, é hora de trocar as lentes, essas que você continua usando, mas que pra mim, não servem mais.